Desejo e sublimação
O texto que postei na semana passada revela a inquietação inicial de um trabalho entitulado: "Estruturação do sujeito, psicose e diálogos proibidos". Nele revelei meus questionamentos sobre uma visão que considero estreita e ao mesmo tempo fértil acerca da noção de estruturação do sujeito, trazida pelo pensamento psicanalítico. Questioná-la não significa descartá-la e, o que fiz, foi revelar um diálogo silencioso, porém inquietante, entre o saber psicanalítico e sabedoria budista. Portanto, o que vocês poderão acompanhar ao longo das próximas semanas é a continuidade desse trabalho, constituído pela dialética entre a pulsão de vida e a pulsão de morte, inerente ao sujeito. Divirtam-se! Como eu ia dizendo em relação ao desejo, "seria possível ultrapassá-lo?" Em 1960, ao tratar da ética do sujeito, conforme registrado no Seminário 7, "A ética da psicanálise", Lacan partiu das considerações de Aristóteles, Sade e Freud sobre o tema para chamar a atenção sobre