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Mostrando postagens de 2020
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            Os r eferenciais familiares estão entre os meus assuntos preferidos porque explica m muito da nossa composição ps í quica. Quem nos insere no mundo da linguagem são nossos pais ou as pessoas com as quais temos ligação forte, convi v ência diária. Por um bom tempo o mundo é mostrado pelo olhar destas pessoas . Q uando nosso olhar se torna independ e n te vamos dar significado à nossa individualidade. Criando nosso mundo, nosso olhar vai te ndo a composição do que ouvimos e do que vivemos e , assim , como vamos reagir diante das experiências que a vida vai nos mandando ? Vamos repetir? Talvez, mas podemos escolher fazer diferente. Diante da experiência que vivenciamos com os nossos, podemos, escolher que não queremos agir daquela forma , que foi uma marca da família durante parte de nossa vida. Você pode escolher quebrar, fazer diferente porque reconhece que aquilo não é positivo.      Tive uma paciente que a avó, que cuidou dela por muito tempo, penteava seus
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  Aquiles é a maior representação das pessoas que nascem com um propósito. Ele foi um herói grego, praticamente invencível e rebelde. Não queria estar ligado formalmente a nenhum exército, gostava de escolher suas batalhas. Tétis era sua mãe, uma ninfa. Seu pai era Peleu, um mortal. Inconformada por seu filho não ser imortal, Tétis o mergulhou nas águas do Rio Estige. Quem se banhasse naquelas águas se tornaria imortal. Mas, Tétis segurou Aquiles pelo calcanhar, que não foi tocado pelas águas. E essa era a vulnerabilidade de Aquiles. Por isso, usamos a expressão "o calcanhar de Aquiles" quando nos referimos às nossas vulnerabilidades. A nossa reflexão de hoje está voltada para o grande propósito da vida, que era muito evidente no Aquiles guerreiro. Quando Menelau e Agamenon manifestaram interesse em que Aquiles participasse da guerra contra Tróia, Aquiles consultou sua mãe sobre essa decisão tão importante. Ela disse: "Se você ficar, vai se casar, constituir família, ser
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Acredito ser importante honrar nossos ancestrais familiares, aqueles que vieram antes de nós e nos permitiram estar aqui construindo a nossa história para os que virão: nossos filhos, netos e bisnetos. É igualmente importante agradecer àqueles que construíram um caminho antes de nós, mesmo que não sejam nossos familiares, mas prepararam algo para nossa chegada e deram todo um sentido à nossa vida.  Costumo agradecer a Sigmund Freud, esse ser lindo, que teve a coragem de expor à sociedade do século XIX, suas teorias psicanalíticas tão inquietantes. Graças a ele, quando resolvi enveredar por esse caminho, estava tudo pronto e bem estabelecido. A psicanálise me trouxe clareza, renovação e vigor. No início, com a minha imaturidade, acreditei que poderia mudar o mundo e tudo seria só beleza. Agora, há anos nessa estrada, entendo que o pedacinho que conseguir plantar fará uma transformação divina. A Freud, Jung, Bion, Winnicott, Melanie Klein, Lacan apenas agradeço com alma e mais puro amor,
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  Para Maria da Graça Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?” Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus os

Autoanálise transforma

A s pessoas resistem muito à análise. Acho libertador e, por muitas vezes, dolorido. Mas, talvez, precisamos mesmo passar pela dor para, enfim, nos libertar. Confesso que fiquei um pouco frustrada, quando, durante o curso de psicanálise, descobri que "cura" não existe, o que buscamos é adquirir a capacidade de lidar com nossos problemas Mas, parando para pensar, estamos sempre às voltas com nossas questões.... e, depois de uma, sempre virão outras. Se, em maior ou menor potência, vai depender das nossas escolhas. A cura talvez seja uma boa habilidade para lidar com as situações e pessoas que estão em nossas vidas. Reside no poder da autoanálise essa destreza em lidar com o que aparece. Quando sabemos quem somos, não é qualquer coisa que pode nos abater, e temos clareza de como enfrentaremos nossos problemas. Costumo falar que autoconhecimento está em tudo. Claro que uma terapia bem feita seria de uma riqueza incomensurável, mas aproveite as oportunidades diárias. Seja uma con